Iniciativa entra em vigor hoje (22/9). Agentes comunitários de
saúde que possuem formação técnica já vão atuar no novo modelo,
ampliando atendimento à população de casa em casa
A nova Política Nacional de Atenção Básica do Ministério da Saúde
entra em vigor a partir desta sexta-feira (22). Uma das medidas é a
valorização da atuação dos agentes comunitários de saúde, que passam a
ter mais atribuições, como medir pressão, glicemia e fazer curativos. A
expectativa é ampliar de imediato o acompanhamento domiciliar de 4,5
milhões de pacientes hipertensos e 1,12 milhão de pacientes diabéticos. A
política, publicada no Diário Oficial da União (DOU), também vai
aumentar o número de equipes de saúde aptas a receber recursos federais,
dando maior apoio aos estados e municípios no atendimento nas unidades
básicas, principal porta de entrada do SUS.
A nova PNAB visa
ampliar a resolutividade na Atenção Básica, que, atualmente, soluciona
cerca de 80% dos problemas de saúde da população, diminuindo a busca por
atendimentos na rede de urgência e emergência. O gestor também poderá
compor a equipe das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de acordo com a
realidade e necessidade do município, ampliando o acesso a serviços
básicos de saúde para toda a população brasileira.
De um total
de 329 mil agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, 40%
já possuem qualificação como técnicos em enfermagem e estão aptos a
realizar as novas funções. Os outros 200 mil serão capacitados pelo
Ministério da Saúde em um prazo máximo de cinco anos. Até lá, a
expectativa é que todos os pacientes cadastrados passem a ter maior
acompanhamento domiciliar.
Agora, as prefeituras que mantém
equipes de atenção básica de modalidades diferentes da Estratégia Saúde
da Família (ESF) poderão solicitar apoio financeiro ao Ministério da
Saúde. A nova legislação mantém o mínimo de profissionais para a ESF –
médico, enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agentes
comunitários de saúde (ACS) –, garantindo a qualidade do atendimento. A
nova PNAB recomenda que em áreas de grande dispersão territorial, áreas
de risco e vulnerabilidade social, a cobertura de ACS seja para 100% da
população.
“As novas regras vão aumentar a quantidade de
profissionais a serem contratados para atender a população, além de
apoiar com mais recursos os municípios. Estávamos fora da realidade,
agora vamos oferecer a contrapartida do governo federal a todas
prefeituras que mantém equipes de atenção básica, atendendo às
necessidades locais”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Explicou ainda que a legislação anterior não considerava as
especificidades locais, como o perfil social, nem atendiam bairros com
menor número de habitantes. A estimativa é que 30% dos serviços de
equipes de atenção básica não recebiam recursos federais devido às
regras vigentes.
Outra novidade que vai fortalecer a Atenção
Básica é a possibilidade de organização de novas modalidades de equipes,
no intuito de atender as peculiaridades e necessidades locais. Nestas
equipes, ao invés de o mesmo profissional cumprir 40h, o que dificultava
a oferta de mão-de-obra em diversos municípios, as prefeituras poderão
contratar até três profissionais de mesma categoria para cumprir as 40h
semanais de sua área de atuação. Cada profissional deverá cumprir um
mínimo de 10 horas.
O novo documento, aprovado na Comissão
Intergestores Tripartite (CIT), onde participam representantes das
secretarias estaduais e municipais de saúde de todo o país, ficou em
consulta pública por dez dias e recebeu mais de seis mil contribuições. A
proposta também passou pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(CONASEMS).
SERVIÇOS ESSENCIAIS – Hoje, nem
todas as unidades ofertam serviços como pré-natal, acompanhamento de
hipertensos e diabéticos, procedimentos cirúrgicos de pequena
complexidade e aplicação de vacinas. A nova Política recomendará que
todos os serviços considerados essenciais para a Atenção Básica sejam
ofertados de forma universal.
A medida ainda deve ampliar o
número de equipes que recebem assistência dos Núcleos de Apoio à Saúde
da Família (NASF). Atualmente, os NASF apoiam somente as Equipes de
Saúde da Família. Com a revisão, os NASF passarão a apoiar também outras
equipes da Atenção Básica nas UBS. Também haverá a possibilidade da
atuação de um gerente da Unidade Básica de Saúde, com o objetivo de
contribuir para o aprimoramento e qualificação do processo de trabalho
nas Unidades.
Outra ação é facilitar o atendimento ao cidadão em
todas as unidades de saúde. Atualmente, o acompanhamento do usuário é
vinculado ao endereço da sua residência. A mudança permitirá o
tratamento do usuário em mais de uma unidade, podendo ser próximo da sua
casa, do trabalho, ou outra UBS de sua escolha. Vale destacar que, com a
implantação do Prontuário Eletrônico em todas as UBS, a população
poderá ser atendida em qualquer unidade de saúde.
É importante
destacar que os recursos, credenciamentos e habilitações das Equipes de
Saúde da Família continuarão sendo prioritários e maiores, tendo em
vista que elas permanecem como estratégia prioritária para expansão da
Atenção Básica.
INVESTIMENTOS – Prioridade da
atual gestão, a Atenção Básica tem recebido constantemente recursos do
Governo federal. Em 2016, o orçamento destinado à Atenção Básica em todo
o Brasil foi de R$ 17,3 bilhões e o valor a ser investido em 2017 é de
R$ 19,1 bilhões, registrando um aumento real de 10,4%. Em julho deste
ano, a pasta liberou R$ 2 bilhões para o custeio de 12.138 novos agentes
comunitários de saúde, 3.103 novas equipes de Saúde da Família, 2.299
novas equipes Bucal, 882 novos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, 113
novas equipes de Saúde Prisional e 34 novos consultórios na rua.
A medida, que beneficia 1.787 municípios e representa cobertura de mais
22 milhões de pessoas na atenção básica, também prevê o credenciamento
de 34 Unidades Odontológicas Móveis (UOMs) e a aquisição de 10 mil
cadeiras para consultórios odontológicos, com raio-x, que funcionam nas
Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Atualmente, existem 41.025
Equipes de Saúde da Família credenciadas em 5.451 municípios
brasileiros, cobrindo 65% da população (126,1 milhões de pessoas) ao
custo de R$ 275 milhões. Com os novos investimentos, 68% da população
brasileira passam a contar com a cobertura das Equipes de Saúde da
Família. Ao todo, serão mais 6.431 novas equipes atuando na Atenção
Básica para todos os estados do País, ao custo de R$ 771,2 milhões por
ano para custeio dos serviços.
Fonte:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/29706-nova-politica-da-atencao-basica-amplia-acompanhamento-domiciliar-a-mais-de-5-milhoes-de-hipertensos-e-diabeticos
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