domingo, 1 de outubro de 2017

Outubro rosa: câncer de mama atinge mulheres cada vez mais jovens

Campanha alerta para a necessidade do diagnóstico precoce da doença na luta pela cura: mamografias e autoexames devem fazer parte da rotina feminina

 
Margareth Vicente ficou abalada com a descoberta da doença, mas a enfrentou com otimismo: "Fiquei careca, usava lenços lindos, sempre de batom"

       Os seios são fontes de várias simbologias em diferentes culturas. Motivo de inspiração e desejo, são também o órgão da amamentação, da feminilidade e do prazer. A mama, contudo, adoece. O câncer é o mal que mais acomete essa glândula — 28% do total de tumores —, sendo o tipo que mais provoca a morte de mulheres no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de 60 mil novos casos por ano em mulheres cada vez mais jovens. Quanto mais cedo, porém, o diagnóstico, mais chances de cura. A entidade informa que, quando descoberto no início, há 95% de probabilidade de recuperação total.

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       “O câncer de mama é uma patologia que, se diagnosticada precocemente, tem mais chances de ser tratada e diminui a possibilidade de tratamentos, como a quimioterapia e até a mastectomia”, explica Fernanda Salum, mastologista do Hospital Universitário de Brasília. O tratamento do câncer de mama foi uma dolorosa batalha para a coordenadora parlamentar de relações institucionais Patrícia Goulart, 52 anos, que perdeu duas irmãs para a doença. “Uma delas teve um câncer que não era compatível com o remédio, enquanto a outra apresentou sintomas muito agressivos e não teve tempo. Passei por todas as etapas, começando com o autoexame, e tenho certeza de que as medidas preventivas me fizeram estar aqui hoje”, conta.

       Após quase um ano de quimioterapia e recuperação de uma mastectomia para tirar os dois seios, Patrícia finalmente se curou. Hoje, vê as cicatrizes com naturalidade e pretende tatuar flores no local da cirurgia. Nos próximos 10 anos, ela precisa de medicamentos com hormônios. “Mas agora é vida normal. Sou divorciada, saio com frequência, conheço pessoas diferentes e, sim, eu paquero. Tive vergonha, mas hoje tenho orgulho do meu novo modelo de corpo”, comenta. Os lenços que Patrícia usou enquanto estava sem cabelos foram repassados a uma amiga. Hoje, a “sacolinha da sorte” está com a sexta “dona”. “A gente passou de uma para a outra, como um símbolo de luta, mas de sorte também.”

       Com o objetivo de chamar a atenção e divulgar histórias como a de Patrícia, surgiu, na década de 1990, no Estados Unidos, a campanha Outubro rosa, hoje difundida em diversos países. No Brasil, a primeira iniciativa partiu de um grupo de mulheres, em 2002, e foi marcada pela iluminação rosa do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo — em 2 de outubro, na comemoração dos 70 anos do encerramento da revolução, o monumento ficou iluminado com a cor da campanha.

       Anos mais tarde, entidades relacionadas ao câncer de mama iluminaram de rosa monumentos e prédios em diversas cidades. Aos poucos, o Brasil foi ganhado a simbólica cor em todas as capitais e o mês de outubro tornou-se símbolo da luta pela prevenção e tratamento. “A gente vê que, em outubro, aumenta a solicitação por mamografia. A fila cresce e a quantidade de exames, também”, diz Fernanda Salum. O Ministério da Saúde registra um crescimento de 35% na realização de exames, que passou de 3 milhões, em 2010, para 4,1 milhões em 2016. Até julho deste ano, foram realizados um total de 2,1 milhões de testes.



Bom humor

       A jornalista Margareth Aparecida Vicente, 56, venceu a doença. Aos 50, quando se submeteu a exames de rotina, recebeu o diagnóstico do tumor, em fase inicial. Ela diz que, no começo, ficou abalada, mas depois resolveu encarar tudo com bom humor. “Eu tinha duas opções: ou fazia o tratamento de mal com o mundo, ou fazia o tratamento de bem com tudo, o que facilitaria muito a minha vida”, ressalta. “Fiquei careca, usava lenços lindos, sempre de batom, sempre de maquiagem, não parei de trabalhar”, afirma, sorridente. No caso de Margareth, os médicos fizeram uma cirurgia chamada quadrantectomia, em que é retirado somente o quadrante onde o tumor está localizado. Quando se pensa na doença, logo vem à mente a retirada total do seio, mas isso não é uma regra. “Se o câncer for pequeno e a mama, não tão pequena, a gente consegue retirar o tumor preservando o seio”, frisa Fernanda Salum.

       Na luta pela cura, Margareth percebeu a dificuldade no acesso às informações sobre a doença e na forma como as mulheres lidavam com a situação. Foi então que criou o blog Mama Mia, para falar da experiência e divulgar conhecimento sobre a patologia. “Passa a ser uma missão. O meu blog é para ajudar as pessoas de maneira bem-humorada e descontraída. Eu fazia entrevistas com médicos, esclarecendo o que é mito e o que é realidade”, conta. A partir daí, a jornalista entrou para um grupo de mulheres que têm ou tiveram câncer. Hoje, é coordenadora da turma e já ajudou mais de 4 mil pessoas a passarem pela doença com a cabeça erguida. “Somos todas amigas que se amam, trabalhamos juntas para ajudar mais mulheres, compartilhamos informações que a gente não conversa com o médico, como dicas para cabelo, unha, pele”, relata.


Prevenção

       Além da mamografia, o Outubro rosa alerta para a importância do autoexame. Segundo pesquisa do Inca, de 2016, 66,2% das descobertas da doença ocorrem pelas próprias pacientes. O coordenador-geral de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Fernando Maluf, ressalta a importância do autoexame, mesmo em quem tem menos de 40 anos. “A incidência em mulheres novas vem aumentando”, informa. “A mamografia anual para essas mulheres não é necessária, exceto nos casos de histórico familiar.” Segundo Maluf, uma em cada 10 mulheres tem ou vai ter o tumor. “A incidência vem crescendo entre 5% e 10% nos últimos 10 anos. A população está envelhecendo, e isso (a doença) está muito relacionada à obesidade, ao sedentarismo. Os tumores femininos talvez sejam os que mais têm apresentado crescimento”, adverte.

Os sinais do corpo

       Apesar de o câncer ser uma doença, na maioria das vezes, com desenvolvimento silencioso, algumas mulheres sentem mudanças no corpo. Os sintomas incluem nódulo na mama, secreção com sangue pelo mamilo e alterações na forma ou na textura do mamilo ou da mama. O tratamento depende da fase do tumor. Pode incluir quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

       “Envolve, na maioria, cirurgia e radioterapia. Em 70% dos casos, também são feitos tratamentos anti-hormonais”, explica o coordenador-geral de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Fernando Maluf. Esses procedimentos se tornam mais complicados conforme o estágio do tumor. “Quando está avançando e é agressivo, ou quando a mulher não faz acompanhamento, a taxa de cura cai para 50%, 40%.”

       É consenso entre especialistas e mulheres curadas que a doença não deve ser encarada como um bicho de sete cabeças. Em 19 de outubro, é comemorado o Dia Internacional contra o Câncer de Mama, que, mais uma vez, lembra a todas de cuidar da própria saúde.

“A incidência vem crescendo entre 5% e 10% nos últimos 10 anos. A população está envelhecendo, e isso (a doença) está muito relacionada à obesidade, ao sedentarismo”
Fomte:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2017/10/01/internas_polbraeco,630335/outubro-rosa-cancer-de-mama-atinge-mulheres-cada-vez-mais-jovens.shtml

Abertura oficial do Outubro Rosa acontece no próximo dia 2 no Paço da Liberdade

Na ocasião, a praça e diversas instituições públicas e privadas, serão iluminadas, simultaneamente, com a cor rosa, que simboliza a luta contra o câncer de mama



       O Governo do Estado, através da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), realiza, no próximo dia 2, às 17h30, a abertura oficial do Movimento Mundial Outubro Rosa 2017, que tem como tema principal ‘Atitude exige coragem’. O evento acontece no Paço da Liberdade (rua Gabriel Salgado, Centro), e conta com o apoio da Prefeitura de Manaus, ONGs como a Rede Feminina de Combate ao Câncer, Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc) e Centro de Integração Amigas da Mama (Ciam), além de movimentos sociais. Na ocasião, a praça e diversas instituições públicas e privadas, serão iluminadas, simultaneamente, com a cor rosa, que simboliza a luta contra o câncer de mama, o mais incidente entre as mulheres no mundo.
       No Brasil, a campanha é promovida pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e ONGs filiadas à entidade. Segundo o diretor-presidente da FCecon, cirurgião oncológico Marco Antônio Ricci, no Amazonas, a campanha acontece há pelo menos 11 anos. Nas últimas edições, o tema passou a abranger, além do câncer de mama, o câncer de colo uterino, tipo da doença que mais acomete e mata mulheres amazonenses. “A ideia é sempre sensibilizar a população feminina sobre a importância dos exames de prevenção e rastreio dessas duas neoplasias malignas, pois, quanto mais cedo o câncer é descoberto, maiores são as chances de cura”, ressaltou.
         A coordenadora estadual da Atenção Oncológica, enfermeira Marília Muniz, que também preside voluntariamente a Rede Feminina de Combate ao Câncer, explica que o mês terá uma vasta programação e que diversos municípios do interior também aderiram à causa. São eles: Borba, Anamã, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Itamarati, Itacoatiara, Lábrea, Manaquiri, Maraã, Manicoré, Pauini, Rio Preto da Eva, Tefé, Sâo Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Urucará e Urucurituba. Cada um deles desenvolverá uma programação específica durante o mês.
        “Na capital, daremos continuidade, através do Departamento de Prevenção e Controle do Câncer da FCecon (DPCC), ao nosso cronograma de palestras preventivas, focando nos fatores de risco, exames de rotina e diagnóstico precoce. Além disso, parceiros como a Prefeitura de Manaus, Marinha do Brasil, Maybelline e Eucatur participarão da campanha com atividades diversas. Pelo menos 14 eventos estão programados em um cronograma montado previamente com foco no Outubro Rosa”, destacou.
       A Maybilline destinará uma parte da arrecadação do mês à ONG Rede Feminina de Combate ao Câncer para a realização de ações sociais. Já a Marinha, usará seu navio itinerante para ofertar mamografias no interior. A Prefeitura de Manaus, segundo Muniz, ajudará disponibilizando as carretas da mulher para exames de rotina e desenvolverá uma programação própria alusiva à campanha.
       O encerramento do Outubro Rosa acontecerá no dia 25, na Ponta Negra, com a tradicional Caminhada das Vitoriosas e a iluminação no Barco de Assistência Hospitalar Dr Montenegro, da Marinha.  
Serviço
O quê: Abertura da Campanha Outubro Rosa
Local: Paço da Liberdade, Centro
Quando: 2 de outubro
Horário: às 17h30
Fonte:
http://www.acritica.com/channels/manaus/news/abertura-oficial-do-outubro-rosa-acontece-no-proximo-dia-2-no-paco-da-liberdade 

  TRANSFERÊNCIA DE DATA DO PROGRAMA DE SAÚDE PREVENTIVA TRIUNFO - RS TRANSFERIDO PARA DATA  AINDA NÃO MARCADA  Saudações a todos. Prezadas (...