segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Novembro Azul lembra importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas

        O câncer de próstata é o foco de mais uma edição da campanha Novembro Azul, organizada pela Sociedade Brasileira de Urologia. O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. Somente entre 2016 e 2017, 61,2 mil novos casos foram estimados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).


        Com o intuito de estimular a população masculina a superar a vergonha em relação ao assunto e cuidar da saúde, a campanha realiza diversas ações ao longo do mês. Em São Paulo, a programação, que começa na segunda-feira (5) e vai até dia 23, inclui mutirões para esclarecer dúvidas, uma caminhada e palestras. Em Brasília, será realizado na Câmara dos Deputados o X Fórum de Saúde do Homem, no dia 21. Por ocasião da campanha, como em anos anteriores, o Congresso Nacional e o       Cristo Redentor serão iluminados de azul.
       Os aspectos culturais, como o machismo, têm impacto no diagnóstico e controle da doença, muitas vezes associada com a perda da virilidade. Como consequência, há o isolamento e a baixa autoestima do paciente que, não raro, tem dificuldade para buscar ajuda e médica e durante o tratamento precisa se afastar das atividades laborais.
       “A gente não consegue conversar porque as pessoas mudam de assunto rapidinho. De cara, a pessoa quer saber da vida sexual, não quer saber se você passa mal, se desmaia. Você fica meio invisível. Meu irmão mesmo disse: ‘Você é um câncer mais ou menos’, porque imagina-se que você tem que fazer aquela cara de dor, ou então, não considera que você tem câncer”, desabafa o assistente administrativo Liomardes Lino, que já passou por uma cirurgia para tratar a doença teve uma recidiva no ano passado, que o levou à radioterapia.
       De acordo com dados do Inca, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. Considerado novo para desenvolver a doença, Lino foi diagnosticado com o câncer de próstata aos 48 anos, em 2014. Foi por insistência de sua esposa que fez o exame chamado Antígeno Prostático Específico (PSD), que acusava um alto grau de anormalidade dos níveis esperados da proteína produzida pela próstata.

Exames de toque
       Para o urologista Mário Fernandes Chammas Jr, a cultura machista da América Latina é um fator que atrapalha a detecção e, portanto, o tratamento da doença. Ele assegura que o exame de toque retal é simples e rápido, com duração de 5 a 10 segundos, e defende as consultas regulares ao médico. “Muitas vezes, o paciente acaba falando: ‘Era só isso?’. E perde o medo inicial.”
       Além do tabu em relação ao exame, outro aspecto relevante é o fato de que a maioria de casos é assintomática. “É diferente de outros tipos de câncer, em que aparece algo no seu corpo, algo que provoca medo e te faz ir ao médico. Em larga maioria, só há sintoma quando já está muito avançado. Cabe ao médico procurar antes que chegue a esse ponto”, afirma.
         Novembro Azul: Câncer de próstata é o que mais preocupa homens, mas não é a única doença urológica 
 Exames podem reduzir a taxa de mortalidade masculina, ainda alta em todo mundo

       Urologia não é apenas a atenção ao Câncer de Próstata. Erroneamente, associa-se que o homem adoece menos, o que não é verdade. O que existe é o medo em encontrar uma doença, tabu e desinformação. São diversos os tipos de doenças urológicas que podem acometer qualquer um, e sem aviso prévio. Na urologia, o que mais leva o homem a temer uma consulta é o imaginário sobre os exames de toque para averiguação do câncer de próstata. “O que vale para a saúde de qualquer homem é estabelecer uma programação, no mínimo anual, para um check-up. Isso significa que você está cuidando da sua saúde, e não procurando uma doença”, explica o urologista Marcelo Bendhack, presidente da Sociedade Latino-Americana de Urologia e Doutor em Uro-Oncologia pela Universidade de Düsseldorf (Alemanha).A prevenção, o diagnóstico e o tratamento, quando for o caso, precisam ser enfrentados como realidade e probabilidade pelos homens. A incidência da doença é alta e, aproximadamente, 60% deles, entre 40 e 59 anos, podem sofrem com o aumento da próstata ou hiperplasia prostática benigna (alteração da próstata).

       No Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), a cada ano são descobertos 61.200 novos casos de câncer de próstata, com um total de 13.772 mortes/ano¹. Em termos globais, são mais de 1,1 milhão de novos casos/ano, com mais de 300 mil mortes². É o segundo tumor mais comum em homens (o primeiro é o câncer cutâneo não melanoma) e a terceira principal causa de morte, depois do câncer de pulmão e colorretal. “Muitos homens não buscam tratamento por medo de sequelas, como incontinência urinária e disfunção erétil. Mas quando diagnosticado e tratado em tempo hábil, os prognósticos são muito bons”, diz o urologista.
       O câncer da próstata é assintomático e pode levar anos ou décadas para que apareçam os primeiros sintomas. Porém, quando a doença está em estágio avançado, as células prostáticas cancerosas podem crescer rapidamente e provocar dificuldade para urinar ou necessidade em urinar mais vezes durante o dia ou à noite, além de infecção generalizada e até insuficiência renal.
       A detecção pode ser feita em exames de rotina, com toque retal ou com o exame de antígeno prostático específico (dosagem no sangue), o PSA (Prostate Specific Antigen). Mesmo sem sintomas, a indicação é procurar um urologista a partir dos 40 anos de idade.
      O tratamento para o câncer de próstata dependerá de alguns fatores, como o estadiamento (extensão) da doença, a idade do paciente, a expectativa de vida, outras doenças associadas, a probabilidade de cura, os efeitos colaterais e a manutenção de uma boa qualidade de vida. Entre as opções estão a cirurgia, a radioterapia, a hormonioterapia, a quimioterapia, as vacinas, as terapia alvo e, mais recentemente, o HIFU - High Intensity Focused Ultrassound (Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade).
       O HIFU é uma técnica minimamente invasiva (sem introdução de instrumentos, agulhas ou sementes radioativas) para o câncer primário e localizado em fase inicial,  de baixo e médio risco. Estudos internacionais³ atestam baixos índices de efeitos colaterais (transtornos urinários e disfunção erétil), em relação aos tratamentos convencionais, e de mortalidade e morbidade, mas com altos índices de sobrevida livre de metástases após 10 anos da realização com esse tratamento (98-100%).
 Outras doenças urológicas
       Além do câncer de próstata, a atenção à saúde do homem implica ainda nos cuidados com as doenças do pênis, da bexiga e dos testículos, igualmente passíveis de câncer nestes órgãos. O urologista também precisa ser consultado quando o indivíduo tem dificuldade em urinar e em manter relações sexuais. Deve ser levado em conta ainda as doenças sexualmente transmissíveis (DST) e infecciosas do trato urogenital, como gonorreia, sífilis e HPV (papilomavírus humano).
       Nas infecções urinárias, o urologista irá avaliar o processo infeccioso, causado pelo crescimento de bactérias, como Escherichiae coli (Colibacilo), Klebsielae e os Proteus, que se multiplicam e inflamam o trato urinário inferior (bexiga, cistites, e uretra) ou superior ou alto (rins, pielonefrite). Para o tratamento das infecções urinárias são indicados antibióticos, dependendo da bactéria encontrada nos exames.

      Um problema muito comum no trato urinário é a obstrução urológica, que pode afetar rins, bexiga, próstata e até o pênis. Quando ocorre na parte alta do trato urinário, geralmente está associada à pedra nos rins, que impede ou reduz a saída da urina, ou ainda pode ter como causa coágulos e tumores. Nas partes mais baixas do trato urinário (da bexiga até a ponta do pênis, próstata e uretra), o problema pode ser pedras nos rins, que conseguiram passar pela parte alta. E ainda doenças causadas por coágulos, tumores e crescimento benigno da próstata. Vale lembrar que no caso do Presidente Temer o problema apontado foi a doença benigna da próstata, que já havia sido tratada há 7 anos, mas que voltou a incomodá-lo novamente.
        O tratamento da obstrução urológica pode ser medicamentoso ou cirúrgico, dependendo da gravidade de cada caso. O problema atinge aproximadamente 10% da população mundial e, em 50% dos casos, é reincidente. Afeta mais o sexo masculino, na proporção de três homens para cada mulher
 Impotência Sexual
        O grande vilão que ronda a cabeça de muitos homens – talvez até mais que o câncer -, é a disfunção erétil, que impede ou dificulta a ereção para o ato sexual. A impotência pode ter causas físicas, coexistente com doenças orgânicas, ou psicoemocional. A avaliação mais criteriosa prevê dosagens de sangue, inclusive hormonais. Às vezes, além das orientações do urologista, pode ser preciso o suporte de um psicólogo, psiquiatra ou psicanalista. O tratamento clínico se baseia em drogas por via oral, injetáveis no pênis e, em último caso, próteses penianas.




        Estão abertas as inscrições para a nova oferta do curso Prevenção e Manejo de Pacientes Oncológicos na Atenção Primária à Saúde, oferecido pela UNA-SUS/UFCSPA, integrante da Rede Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).
        O curso é voltado para médicos, enfermeiros e dentistas atuantes no SUS. As matrículas podem ser realizadas até o dia 12/01 ou enquanto durarem as vagas, pelo link e têm início imediato.
        Os conteúdos abordados têm como objetivo desenvolver uma atitude receptiva dos médicos para com os diversos tipos de pacientes oncológicos, sejam aqueles que tiveram diagnóstico de câncer e estão em remissão completa após o término de seu tratamento, um paciente que tem risco de desenvolver efeitos tardios dos tratamentos oncológicos, ou ainda aqueles com risco de recidiva, segundo tumor primário ou com alto risco de desenvolver a doença.
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2017/11/04/novembro-azul-cancer-de-prostata-e-o-que-mais-preocupa-homens-mas-nao-e-a-unica-doenca-urologica/ 
https://www.opovo.com.br/noticias/saude/2017/11/novembro-azul-lembra-importancia-do-diagnostico-precoce-do-cancer-de-p.html 
http://www.blog.saude.gov.br/index.php/cursos-e-eventos/53032-una-sus-abre-inscricoes-para-prevencao-e-manejo-de-pacientes-oncologicos 

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