O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anuncia, nesta terça-feira (12),
novas ações para reforçar a rede de cuidado às crianças com síndrome
congênita associada à infecção pelo Zika. Ao todo, serão investidos R$
27 milhões para ampliar e qualificar os serviços na Atenção Básica, por
meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs); avaliar os 5,3 mil
casos confirmados e em investigação em todo o país; além de fortalecer
as ações de vigilância. Na ocasião, o ministro também lança o primeiro
episódio da websérie Viva Mais SUS, que irá tratar sobre microcefalia. A
campanha contará, em 16 episódios, histórias de pessoas impactadas
pelos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde.
Do total
dos recursos (R$ 27 milhões), R$ 15 milhões serão repassados para 4.143
equipes de Núcleo de Apoio à Saúde da Família que possuam profissionais
de fisioterapia. Os valores serão destinados à aquisição de kits para
reforçar a estimulação precoce, como colchonetes, bolas, brinquedos que
estimulam os sentidos e a coordenação motora, trena antropométrica,
martelo de reflexo, entre outros materiais. Cada equipe de NASF receberá
cerca de R$ 3,6 mil para adquirir o material. Os municípios receberão
os recursos em parcela única por meio do Piso da Atenção Básica (PAB
variável). Esses são os serviços mais próximos das famílias.
Também
para reforçar a continuidade da assistência às crianças vítimas da
síndrome congênita associada ao Zika, o Ministério da Saúde repassará R$
11,8 milhões aos estados e municípios, com o objetivo de fortalecer os
serviços de avaliação, diagnóstico e acompanhamento dos 5,3 mil casos
confirmados e em investigação neste momento. Serão destinados cerca de
R$ 2,2 mil de recursos para cada criança investigada. A ação visa
promover ações de cuidado e organização de toda a rede assistencial para
atender as diversas necessidades das crianças. As informações
referentes à avaliação dos casos permitirá sistematizar evidências sobre
a síndrome e apoiar o desenvolvimento de pesquisas.
Atualmente,
a rede de reabilitação em todo o país conta com 2.323 serviços de
reabilitação e estimulação credenciados no SUS, com 190 Centros
Especializados em Reabilitação (CERs), 33 Oficinas Ortopédicas, 238
serviços de reabilitação em modalidade única e 1.862 serviços de
reabilitação credenciados pelos gestores locais.
ESTRATÉGIA DE AÇÃO RÁPIDA
- No início de 2016, quando cresceram os casos de microcefalia, o
Ministério da Saúde criou a Primeira Estratégia de Ação Rápida,
garantindo o acesso ao cuidado e a proteção social de todas as crianças
com suspeita da síndrome e suas famílias. A medida permitiu esclarecer o
diagnóstico de mais de 100% dos casos notificados naquele momento.
Ao
todo, foram esclarecidos mais de 6.690 casos. A Estratégia de Ação
Rápida foi lançada por meio de Portaria entre ministérios da Saúde e
Desenvolvimento Social com o objetivo de garantir a busca ativa às
crianças com suspeitas da síndrome, acesso aos serviços diagnósticos,
com transporte e hospedagem quando necessários, organização do serviço
nos Centros de Referência e articulação entre as áreas de Saúde e
Assistência Social para o acesso aos serviços socioassistenciais.
O
Ministério da Saúde investiu mais de R$ 15 milhões para busca ativa,
diagnóstico e encaminhamento aos serviços de saúde. Foram habilitados 67
CERs, 63% das novas unidades estão na região Nordeste. Também foram
habilitadas nove Oficinas Ortopédicas com o repasse de R$ 128,5 milhões
por ano em custeio. Foram habilitadas ainda, 51 novas equipes de NASF,
com o custeio anual de R$ 11 milhões. Além disso, foram concedidos mais
de 2,2 mil Benefícios de Prestação Continuada (BPC) às crianças nascidas
a partir de 2015, diagnosticadas com microcefalia. Uma ação integrada
entre as redes SUS e Assistência Social (SUAS).
Entre 2015 e 2017
foram registrados 14.577 casos e 883 óbitos causados pela síndrome. Em
agosto deste ano, de acordo com o novo boletim epidemiológico, 20% dos
casos foram confirmados, 21% permanecem em investigação e 44% foram
descartados. Os casos de microcefalia vêm diminuindo desde maio de 2016.
VIVA MAIS SUS - O conjunto de webséries
contará histórias de pessoas impactadas pelos serviços oferecidos pelo
Sistema Único de Saúde, ampliando o conhecimento em relação à atuação do
SUS e mostrando que o sistema está presente em todos os momentos da
vida dos brasileiros. Em seus 30 anos de atuação, o SUS já beneficiou
mais de 200 milhões de pessoas, com milhares de atendimentos. O projeto
Viva Mais SUS irá mostrar, em 16 episódios, histórias reais de pessoas
que já contaram com o apoio dos serviços oferecidos pelo SUS.
As webséries darão acesso à informação sobre prevenção, promoção e
cuidados com a saúde, fortalecendo o conceito de bem-estar, saúde e
qualidade de vida. O episódio de estreia conta a história de duas mães,
Vera e Josimary, e seus filhos com microcefalia, Abraão e Gilberto, e a
rede de solidariedade entre elas e os profissionais do SUS que ajudam no
acompanhamento e desenvolvimento das crianças. A websérie estará
disponível em www.saude.gov.br/vivamaissus.
MEDICAMENTO – No
início de setembro, o Ministério da Saúde incorporou um novo
medicamento para o controle de convulsões em pacientes com microcefalia
decorrente de infecção pelo vírus Zika. Considerado um dos mais modernos
no mundo para o tratamento de crianças com microcefalia, o medicamento
já é utilizado em países como Canadá e Escócia.
Evidências
científicas apontam redução no número de convulsões em crianças com a
doença, além de menor reação adversa. A pasta irá investir, até 2022,
mais de R$ 1,6 milhão no novo componente. A aquisição estará disponível
aos pacientes do SUS em até 180 dias.
Fonte:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/29552-saude-anuncia-novas-acoes-de-cuidado-as-criancas-com-sindrome-congenita-associada-ao-zika
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