Levetiracetam reduz número de convulsões e ameniza as reações adversas. Insumo estará em até 180 dias no SUS
O Ministério da Saúde incorporou, nesta
segunda-feira (4), novo medicamento para o controle de convulsões em
pacientes com microcefalia decorrente de infecção pelo Zika vírus. O
Levetiracetam, que já é utilizado em países como Canadá e Escócia,
apresentou evidências clínicas satisfatórias, como a redução no número
de convulsões em usuários pediátricos com a doença e menor reação
adversa. A nova aquisição estará disponível aos pacientes do Sistema
Único de Saúde (SUS) em até 180 dias.
A pasta irá investir até 2022, mais de R$ 1,6
milhão para levar a melhora na qualidade de vida dessa população.
Atualmente, o SUS já oferta medicamentos anticonvulsivantes, como o
Carbamazepina e o Ácido Valpróico, para auxiliar no tratamento da
microcefalia. Desde o início das investigações, em outubro de 2015,
2.869 casos de microcefalia foram confirmados no Brasil.
“O Ministério da Saúde passa a ofertar um dos
medicamentos mais modernos no mundo para o tratamento de crianças com
microcefalia. Esse é mais um importante passo que damos na melhoria da
qualidade de vida e na ampliação da assistência, no âmbito da saúde
pública, para essas crianças e seus familiares”, destacou o ministro da
Saúde, Ricardo Barros.
Além disso, a pasta tem reforçado as ações no
âmbito da Atenção Básica, ofertando capacitações aos profissionais e
realizando videoconferências com os estados para assegurar o apoio
necessário no tratamento dos pacientes. Para apoiar os gestores locais, o
Ministério da Saúde, além de ter repassado um total de R$ 14,5 milhões
como incentivos aos estados para execução da Estratégia de Ação Rápida,
também habilitou 63 Centros Especializados de Reabilitação e 51 equipes
de Núcleos de Apoio à Saúde da Família, no valor de mais de R$ 131
milhões anuais, priorizando as regiões com maior número de casos e
vazios assistenciais.
Desde a declaração de emergência em saúde
pública, foram credenciados 60 centros especializados em reabilitação
(CER) – um incremento de mais de 50%, atualmente são 186 CERS. Também
foram habilitadas nove oficinas ortopédicas e 51 novas equipes de apoio
ao Saúde da Família. O investimento anual nos novos serviços é na ordem
de R$ 133,58 milhões/ano.
Além dos CER, o SUS conta ainda com mais 1.541
serviços de reabilitação que atuam em estimulação precoce e reabilitação
dos bebês, um total de 4.375 Núcleos de Apoio à Saúde da Família
(NASF), que apoiam o atendimento da estimulação precoce, e 2.355 Centros
de Apoio Psicossocial (CAPS), que atendem as famílias das crianças.
INCORPORAÇÃO - Para a
incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS), é necessária a
apresentação de estudos à Comissão Nacional de Incorporação de Novas
Tecnologias ao SUS (Conitec), que podem ser oriundos de empresas,
organismos da sociedade civil e instituições participantes do SUS. Esses
estudos exigem expertise, porém não são demorados nem caros. Assim se
estabelecerá por meio do método científico e com transparência quais os
benefícios que se pode esperar de uma nova tecnologia, os novos riscos
que poderá trazer aos pacientes e a que custo para o SUS.
MICROCEFALIA – Este ano (até 19
de julho) foram confirmados 457 casos de notificações em fetos,
recém-nascidos e crianças com alterações no crescimento e
desenvolvimento possivelmente relacionadas à infecção pelo vírus Zika e
outras etiologias infecciosas. Permanecem em investigação 2.968 casos
notificados neste ano.
Desde o início das investigações, em outubro de
2015, 14.258 casos de microcefalia ou outras alterações foram
notificados ao Ministério da Saúde. Destes, 2.869 (20,1%) casos foram
confirmados e 170 (1,2%) foram classificados como prováveis para relação
com infecção congênita durante a gestação. Além disso, 6.248 (43,8%)
foram descartados, por apresentarem exames normais ou por apresentarem
microcefalia ou malformações confirmadas por causa não infecciosa, e
1.908 (13,4%) foram excluídos após criteriosa investigação, por não se
enquadrarem na definição de caso
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